quarta-feira, 19 de maio de 2010

MEIO AMBIENTE. O PÚBLICO E O PRIVADO.

A hipocrisia é uma marca de nosso tempo, principalmente nas questões ambientais. Não é novidade para ninguém, que o planeta não agüenta tanto consumo, tanto lixo, tanta poluição das águas por esgoto e principalmente tanto desperdício.
É irônico casar e se dar em casamento, trabalhar para acumular, gerar filhos e ao mesmo tempo, fazer queimadas, cortar árvores poluir rios e consumir, consumir... Como será resolvida esta questão? Como garantir saúde e sustento para nossos filhos, se o ambiente não possuir qualidade? Se as terras não produzirem? Se secar todas as nascentes?
O planeta não precisa dos seres humanos para sobreviver. Já existia antes e vai continuar existindo depois que nós formos.
Outra difícil conta é a depredação dos bens públicos.
Paga-se impostos para manter a cidade limpa, arborizada, praças agradáveis e ao mesmo tempo, os próprios habitantes beneficiados destroem e poluem o que está para servir toda comunidade. Muitos reclamam da qualidade dos serviços públicos, da conservação das praças, do estado da saúde, da educação e de outros tantos temas que pertencem ao universo domínio de todos. Mas ao mesmo tempo, despeja lixo nas ruas, cortam-se árvores deliberadamente, depreda-se as praças e tudo o que é público. Será por quê? Afinal de quem são estes bens!
O conceito de comum + Unidade vêm deteriorando desde a revolução industrial. Vivemos num mundo individualizado, onde o que importa e seta dourada consumo, o “EU”. Assim o conceito de comunidade tem se transformado em comum desunidade. Onde o que importa é o que EU penso, o que EU quero. A maximização dos meus lucros!
Caríssimos! Valho-me da antiga metáfora da tragédia dos comuns, para preconizar como poderá ser o fim de tudo isto. A história é bem didática é aponta o caminho para onde estamos caminhando e onde poderemos chegar se não superarmos o conflito entre o que é público e privado, saúde e doença, individualidade e doença, lucro e natureza:
Um pasto é utilizado por um grupo de fazendeiros. Com o objetivo de aumentar os lucros e diminuir os custos. Cada fazendeiro individualmente considera racional, justo e vantajoso ter um número maior de animais. Como o pasto é comum e público, o custo de manutenção de um número maior de animais será repartido com os outros fazendeiros, enquanto os lucros serão individuais de cada fazendeiro, uma vez que os rebanhos não são coletivos.
Cada fazendeiro agindo assim, vai acrescentar mais e mais animais no pasto, até que a capacidade de suporte deste seja ultrapassada, levando com o tempo a perda total do recurso que deveria ser aproveitado por toda a comunidade de fazendeiro.
Assim funciona nossas cidades e tudo que é público. Inclusive a natureza...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

GUIA DO CIDADÃO!

PREZADOS LEITORES, VEM AI O LANÇAMENTO DO "GUIA DO CIDADÃO"!
É dificil conciliar, faculdade, vida particular, social e profissional. Todos temos objetivos e metas à cumprir. As coisas acontecem ao acaso, quando não se planeja. Ou se planeja, planeja mal.
O tempo que temos para cumprir neste plano individualizado de ser, é muito curto. Portanto, o foco deve ser sempre a meta final.
Fazendo uma analogia, é como no filme "A Fantastica Fábrica de Chocolate", só leva o grande prêmio quem se concentra até o final e sabe verdadeiramente o que quer.
Como função pública é mais que emprego e a meta como bom católico(penso ser) é o progresso comunitário, dia 05 de junho, terá como presente o "GUIA DO CIDADÃO". O Jornal do meio Ambiente, com sua edição trimestral, excepcionalmete terá edição em julho e não em junho como programado. Como todas as edções anteriores sairam dentro do prazo, ou seja de 03 em 03 meses, espero não ter decepcionado alguns ávidos leitores...
O GUIA DO CIDADÃO É BONUS!

Nota: Existem religiões que crêem em salvação individual, a igreja Católica Apostólica Romana, prega salvação comunitária.
Somos membros de um mesmo corpo, parte de uma mesma mente universal em busca de um continnum progresso!
Não fumo! Obrigado!Irônico! Tálvez!

ATENÇÃO! CUIDADO! CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO NÃO SÃO SINÔNIMOS

A crise ambiental é resultado principalmente do esgotamento do processo civilizatório chamado desenvolvimento. Este, impulsionado pelos Estados Unidos da América no contexto da guerra fria tinha suas bases assentadas na industrialização, crescimento econômico e progresso. Os principais mecanismos de verificação de seu sucesso eram o Produto Interno Bruto (PIB) e de bem estar a Renda Per Capita. A cartilha do crescimento embora pensada para os paises sob influência dos EUA, também foi seguida por outros países de diferentes ideologias econômicas, mas, ao final chegaram-se aos mesmos resultados de degradação de ecossistemas e qualidade de vida verificada nos países capitalistas. Tal observação comprova que a crise ambiental e a necessidade de transformação ou até mesmo o fim do modelo de pensar o mundo inaugurado na revolução industrial, não sofre interferência da ideologia política (FILHO, 2002. in QUINTAS, 2002).
A busca do ideal capitalista: o lucro incessante. Aliada á desconsideração da natureza como fonte finita de insumos e a terra como sistema vivo, fez surgir à estratégia do Desenvolvimento. Sustentável. Este, aparece primeiramente no cenário internacional na década de 1970 como reação da economia à uma possível imposição de limites á sua expansão (LEFF, ibid).
Nesse momento vivido pela história, iniciado por discussões ao longo da década de 1970, era preciso dar respostas à crise de paradigmas que se instalava. Pensando nisto, a ONU em 1983 constituiu a Comissão Mundial sobre e Desenvolvimento e Meio Ambiente, presidida pela então primeira ministra da Noruega, Gro Harlem - Brundtland. O resultado do trabalho de quatro anos foi um relatório denominado “Nosso Futuro Comum”. Nele se conseguiu cunhar uma definição para o termo Desenvolvimento Sustentável. Segundo a qual, este é: “Desenvolvimento que atende as necessidades do presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras atenderem às suas próprias”.
Dentro deste raciocino, BURZTYN, (1993) pondera que, o desenvolvimento sustentável funciona como uma estratégia para se tentar reconciliar duas ciências próximas em seus objetivos, mas, que se distanciam de maneira notável: Economia e Ecologia. Este conceito de Desenvolvimento Sustentável apresentado pelo relatório Brundtland, amplamente divulgado ao ponto da vulgarização, abarca em seu sentido, a ambivalência do sustentável. Sustentável, enquanto perpetuação no tempo da condição ecológica atual na economia. E sustentado, enquanto perpetuação no tempo do crescimento econômico (LEFF, ibid).
LEFF (ibid) entende o desenvolvimento sustentável, como filho de uma lógica economicamente engendrada para que o sistema econômico não entrasse em crise. Sendo assim este se configura uma estratégia do ecodesenvolvimento, cunhado e preso na teoria de sistemas.
O ecodesenvolvolvimento, conceito formulado por Maurice Strong no inicio da década de 1970, resolveria a questão ambiental, dissolvendo as externalidades e planificando o ambiente que desapareceria (LEFF, ibid). Seguindo esta lógica, os atuais mecanismos de mercado de busca do desenvolvimento sustentável, como os de desenvolvimento limpo, e seqüestro de carbono que foram defendidos no anteriormente referido Protocolo de Kyoto, servem mais ao termo sustentado. Este parte importante no ideário neoliberal.
A definição do desenvolvimento sustentável engendrada dentro de uma visão neoliberal do mundo entende que os mecanismos de mercado resolveriam as distorções sociais e ambientais. Dentro desta lógica, o problema da degradação está na indefinição de valores e no conflito de como fixar um preço e de quem de direito administra o processo (LEFF, ibid).
SACHS (ibid) acrescenta na definição de desenvolvimento sustentável além dos pilares ambiental, social e econômico, ó pilar político e territorial, sendo estes assim definidos:
SOCIAL
AMBIENTAL
TERRITORIAL
ECONÖMICO
POLÍTICO
Portanto, diante do exposto pode-se concluir que a definição para Desenvolvimento sustentável é um termo em formação. Embora possua alguns consensos em sua definição e também de como alcançá-lo, este, ainda parece carecer de uma nova ética. Ética, nascida principalmente com forca suficiente para suplantar ou equivaler-se à ainda predominante, ligado umbilicalmente na procura incessante da mais valia e que não considera de direito fundamental a existência de outras formas de vida que não a humana.

O UNIVERSO DA CAIXINHA MÁGICA

Vivemos a ilusão de que tudo acontece como no reino da fantasia de Alice.

De quando em quando elegemos o mágico mor. Ele com sua varinha mágica, ajudado por figuras mitológicas como fadas, ninfas e duendes administram, orientam e ordenam todas as forças materiais e humanas do município. As forças espirituais são coordenadas pelos líderes religiosos que purificam, derramam bênçãos e salvam as almas de todos, Independente do que tiverem feito nesta esfera de deidificação do universo.

As ruas da cidade são limpas por duendes verdes. Árvores, água e todo os recursos naturais não possuem fim , não se deterioram e também não influenciam na qualidade de vida dos citadinos. Lixo não se acumula nas ruas e ninguém precisa se preocupar, porque os líderes da comunidade resolvem tudo. Para isto foram investidos de poder. A população é coadjuvante devendo apenas se preocupar em trabalhar e ser feliz na busca do progresso econômico individual infinito.

Prezados! Vamos acordar deste sonho de contornos de pesadelo. Nenhum de nós é Alice, e aqui não é o reino da fantasia.

O meio ambiente não existe para nós servir. O processo iniciado pelo iluminismo é que infringiu está visão em nosso consciente. Tudo o que fizermos volta invariavelmente para ou contra nós.

Quando se joga lixo nos córregos, reproduz-se o ambiente ideal para a proliferação de mosquitos e outros vetores que podem afligir a saúde com dengue, leptospirose e outras tantas endemias que se não abreviam, deterioram a qualidade da vida humana.

Ao se despejar esgotos crus nos córregos, decreta-se o inicio do processo que desemboca no carro chefe da política “Tylenol” de saúde: a ambulâncioterapia e a conseqüente depleção dos recursos financeiros públicos.

O que precisa ser entendido, é que este mundo é real. Os recursos do planeta são finitos e embora muitos não reconheçam, a cidade é de domínio público, mas privadamente somos responsáveis por sua dinâmica e conservação. Alias, somos julgados e medidos pelo que nela ocorre.

O lixo é a nossa impressão digital; as ruas às artérias e o cérebro são as atitudes conscientes, participativas e democráticas dos cidadãos de bem.

Tudo nesta medida bem entendido, sejamos homens racionais e cristãos conscientes. Educação não se resolve por leis, decretos e pela vontade de apenas um. Juntos podemos construir um desenvolvimento verdadeiro para nossa cidade e região. Sozinhos somos apenas espectro borrado de um João Batista às avessas.