Vivemos numa região de estrutura social indefinida, na realidade somos mescla de um caldo cultural desde a chegada dos primeiros habitantes aqui no leste de Minas Gerais. Antes como agora, muitos que aqui aportam vêm em busca de oportunidades. Anteriormente proporcionada pelos recursos naturais fartos, pela crença de riquezas minerais escondidas e pela sede da conquista de um território natural virgem.
Nos tempos atuais, passado o ápice da debandada para outros países, continuam a aportar em nossos municípios novos moradores. Por todos os lados brotam construções, prédios cheios de apartamentos e galpões gigantescos. Estradas são pavimentadas ligando pequenos povoados às não muito maiores sedes municipais. Numa sanha de crescimento que impressiona qualquer incauto visitante. Mas, diferente dos tempos pretéritos agora já não existe natureza intocada. Água está cada vez mais escassa e o que resta dos poucos cursos d”água estão poluído por esgoto. Sob um olhar mais detalhista, o que chama a atenção, é que pouco ou nada é feito para se recuperar os escassos recursos naturais.
É impressionante também que quase ninguém se preocupa com estes “detalhes”. Existe uma crença enraizada de que a natureza por conta própria, mesmo sendo achincalhada se recuperará. Hoje como antes, a sede de terra contínua, o que mudou é que não existe mais matas para serem consumidas, rios para abastecer as imensas caixas d”água das dezenas de novas casas e apartamentos. O que restou foi uma grande leva de pessoas. Muitos espoliados e empobrecidos que como seus antepassados vêm chegar de vez em quando na região - principalmente em período eleitoral - outros tantos aventureiros para colher a única coisa virgem que ainda lhes resta. A DIGNIDADE.