Através dos anos nunca se conseguiu pensar um modelo de desenvolvimento para a região do leste de Minas Gerais. Topografia acidentada mata atlântica devastada e em conseqüência disto, morte dos animais e diminuição rápida e progressiva dos recursos hídricos.
Em comparação com o passado, é impossível negar os avanços obtidos na comodidade para se viver. Mas como este processo tem custado caro! Em pouco mais de trinta anos, as matas, os animais, os rios desapareceram. As áreas rurais esvaziaram-se, os que ficaram foram aposentados e quem ainda não conseguiu sair; em certos lugares do município de Tarumirim, tem-se a impressão de se estar no sertão do estado da Bahia. Aridez, secura, paisagem desgraçadamente devastada.
A verdade é que poucos têm a sensibilidade para perceber e se dar conta que estamos vivendo o fim de um ciclo que se iniciou em 1573 com o início da conquista do rio Doce por Fernandes Tourinho. Desde a década de 1960 a região de Tarumirim sofre de um esvaziamento contínuo de população e renda, que nenhum discurso em época de eleição pode negar, uma vez que é comprovado por números do IBGE. Primeiro foram às matas, depois os animais e agora é a vez da água e da calcinação das terras com o fogo das sempre presentes queimadas. Retratos de uma realidade certa.
Mas quem se importa?
A verdade é que o preço do tão sonhado progresso que não chegou aqui - pelo menos para todos – e que esta sendo pago no passar das décadas foi alto demais.