sexta-feira, 28 de maio de 2010

SUSTENTABILIDADE E POBREZA

Pobreza e devastação ambiental são parceiras. É impossível falar de uma sem se referir a outra. Nos morros mais íngremes por onde se estendem a grande maioria das favelas e que encontramos os exemplos mais clássicos de insustentabilidade urbana. Estas pessoas não moram nos morros porque assim escolheram. Foram empurradas para lá, por um sistema econômico que remunera apenas o que é raro. Um modelo econômico que prega um crescimento exponencial dentro de um planeta finito. Um sistema que parecia sem limites, que a cada dia demonstra claros sinais de que precisa ser reformulado.
Retornando às favelas, elas nunca vão acabar. A existência de favelas e pobreza é que mantém a estrutura devastadora econômica, política e ambiental que vivemos desde o tempo do império no Brasil.
Quanto à sustentabilidade, pelo menos a defendida pela ONU (Organização das Nações Unidas) baseada na tríade: Economia, Social e Ambiental, desconsidera um fator que a torna incrivelmente longe da realidade da nossa região. “A VONTADE POLITICA”.
Não há como ter esperança com o modelo de atores políticos que possuímos em muitos de nossos municípios. Estes afirmam que o modelo de sustentabilidade acima referido, é muito difícil de conseguir alcançar nos pequenos municípios por uma questão de recursos. Diria que é mais uma questão de vontade.
Que venha a reforma eleitoral. Mas, antes que aconteça o despertar em cada um de nós. “Afinal, as pessoas que ocupam cargos de direção política são nossos representantes”. “Uma amostra do que nós somos e pensamos”.

SER E TER

À medida que os bens de consumo têm sua quantidade exponencialmente aumentada, na mesma proporção há um decréscimo da felicidade.
Nos últimos 40 (quarenta anos) apareceram duas grandes mazelas psicológicas que maltratam a maioria da população: Depressão e Stress.
A causa principal é a necessidade cada vez maior de se ter bens materiais, para se poder ser feliz. Nesse império de egoísmo pregado pelo mercado, consomem-se todos os dias da vida, da maioria das pessoas. E junto, consome-se a natureza, o planeta e o futuro de nossos filhos.
Nos dias atuais a palavra de ordem é o individualismo. Uma luta insana é travada o tempo todo, do nascer ao por do sol, em busca de um capital ou crédito cada vez mais escasso. E que nunca é o suficiente para satisfazer as “necessidades”.
Não existe mais coletivo. “O que importa é: “a minha casa, a minha vida, a minha felicidade”. Esta tal felicidade é definida pela satisfação das “minhas necessidades!”. Mas, esta tal felicidade nunca é completa. Minhas “necessidades” nunca são satisfeitas! Afinal, será que todos os bens materiais precisa-se para ser feliz, são realmente necessários?
Será que a felicidade que precisamos vem de lago externo a nós?
Às vezes penso que todos somos como formiguinhas. Digladiamos o tempo todo para alimentar algumas poucas rainhas. Estas nossas rainhas humanas, diferentemente deste inseto, a que comparei, não produzem nada. Apenas reproduzem o tempo todo mesmo mantra nos nossos ouvidos. Seja todo dia, seja de dois em dois ou de quatro em quatro anos: comprem, comprem, comprem, votem , votem, votem.

RÔMULOPERENTONI E A CASA FEITA DE GARRAFAS PET







“A INCERTEZA NOS CONSOME”

Vivemos num mundo onde a incerteza se instalou. No processo gerado por esta incerteza consumimos os dias de nossas vidas.
Na realidade, em nenhuma época faltou a incerteza para o homem. Apenas as coisas mudaram de lugar. Antes a incerteza era solitária e dizia respeito a um individuo ou grupo particular. Agora é compartilhada por ações globais, que podem afetar milhões. Pessoas que não conhecemos ou que nunca veremos decidem sobre nosso futuro.
Essa ambigüidade do individualismo e do global aumentou sobremaneira a nossa responsabilidade. Uma ação num ponto do planeta pode gerar conseqüências a milhares de quilômetros de distancia, sejam elas conseqüências sociais, políticas, econômicas ou ambientais.
Num cenário onde tudo está conectado, onde as responsabilidades encontram-se potencializadas, as decisões deveriam ser cada vez mais compartilhadas. Passando sempre pelo crivo de conselhos comunitários, assembléias públicas e plebiscitos, ou seja: onde a democracia impera.
Mas, o que percebemos é o império do individualismo. Cada vez mais os governos fecham-se em si mesmos e tomam decisões baseadas na visão de seu ponto de mundo. Esse egoísmo cada vez mais se reflete na realidade de todos, e sempre na forma de crises:
Crise social;
Crise ecológica e recentemente Crise econômica;
Mas acredito que a verdadeira crise, é a crise da transitoriedade.
O homem sofre de um a solidão latente, e por isto gladeia com as realidades. Muitas delas artificiais, construídas pelo seu próprio egoísmo.
Luta-se contra o tempo, que continua o mesmo, mas que aos olhos dos homens se achatou.
Luta-se contra a natureza, processando-a e trabalhando-a casa vez mais para ser consumida. Tudo é descartável, a única coisa permanente é o lixo.
Neste mundo construído de incertezas, a satisfação nunca pode ser alcançada. O coração do sistema do capital, a seta dourada do consumo, é a garantia da sempre constante insaciedade. É uma corrida atrás do vento. Por mais que se trabalhe, nunca se está feliz. Porque o dinheiro nunca é suficiente. Em janeiro de 2009, lançam-se veículos 2010 e a única coisa que muda é um detalhe no farol. A moda aponta este ano salto baixo para sapato e no próximo ano salto alto, e em 02 anos tudo está de volta. Antes se extraia o melhor dos produtos e a parte menos valorizada era descartada. Hoje as coisas mudaram. O melhor é que vai para o lixo. E assim, tudo que deveria ser transitório, transformou-se em permanente e vice e versa.
O consumismo encarregou-se de colocar preço e transitoriedade até mesmo naqueles bens intangíveis que não poderiam ser calculados em cifrões. Casamento agora é transitório. Até as entradas e saídas de nosso corpo também servem ao deus Mercado. Não dá para estabelecer limites entre sexo e abuso sexual, gordura necessária e insaturada, trans e outras mais. Os livros mais vendidos são os de receitas cada vez mais maravilhosas e os de dietas mágicas.
O espaço é curto e o assunto profundo. Por isso: “Vamos reavaliar a função do controle remoto da TV”. Hoje quem nos controla é ela, e não o contrário... É quem estabelece a realização do sentimento de tristeza ou alegria é o “BOTINI” do canal Shop Time, com seu bordão “COMPRE”, “COMPRE, “ COMPRE”.

POR QUE VOCÊ ODEIA A NATUREZA?

Poderia utilizar este espaço para falar de aquecimento global, para descrever os efeitos da depleção da camada de ozônio (O³), mais isto tudo parece muito distante e para muitas pessoas não faria sentido, embora sejam problemas reais e importantes.
Vou aproveitar para falar de um câncer que assola nossa região. Uma chaga aberta em nosso meio, que tantos males no causam. Falo da de nossas matas e do sepultamento de nossas nascentes e cursos d’água.Tenho certeza que você que agora está lendo está matéria, em algum momento da sua história, já cortou uma árvore, já jogou uma sacola de lixo no leito de um córrego, já fez uma queimada, ou conhece alguém que já tenha feito tudo isto.
Talvez você nunca tenha encarado desta forma, mas as árvores também são seres vivos. Não possuem sistema nervoso central, mas de alguma maneira sentem quando são cortadas.
As árvores e quase tudo, tem na matéria base carbono. Em algum momento da história do planeta estas mesmas partículas que fazem parte delas já estiveram presentes como parte do corpo de alguém ou outro ser vivo. Afinal, nosso corpo é formado por matéria orgânica, ou seja, basicamente átomos de carbono e água. Os mesmos das árvores. A mesma água na qual nossos esgotos são derramados; onde jogamos nossos dejetos, onde a grande maioria das pessoas adora jogar sacos de lixo e tudo que é imundo.
E é esta mesma água que logo abaixo no rio captamos para beber. Aliás, o homem é considerado um animal racional, e assim sendo é o único deste tipo, que defeca e bebe da mesma água.
Palavras fortes, mas impossíveis de serem compreendidas em outras que talvez expressassem apenas metade da verdade.
Se nosso corpo é formado + ou - por 75% de água, nossa saúde é condicionada pela qualidade da água que consumimos.
-Você já visitou os mananciais de água de sua cidade?
-Você conhece onde são depositados os seus restos imortais (lixo)?
Porque será que os governantes em quase todas as unidades da federação, em quase todas as esferas de governo, só pensam em obras de estação de tratamento de esgoto e resíduos em última instância?
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 75% das causas de morte no planeta são provocadas por doenças de veiculação hídrica.
É por estas e outras razões que os postos de saúde estão sempre cheios. Aliás, precisa-se investir mais em medicina preventiva. No mínimo 50% do que se investe em medicina curativa.
Na realidade existe uma ênfase na cura da doença, mas o que precisa ser curado mesmo é o doente.
Investir em Meio ambiente é :
Investimento em saúde publica;
Investimento em educação;
Investimento em assistência social, até mudaria este nome. É investimento em desenvolvimento social;
Investimento em religião. Religião? Sim, religião.
Somos o templo do Espírito Santo e tudo o que fazemos para preservá-lo agrada aquele que nele habita.
AFINAL:
Do que você tem alimentado o seu corpo?
Do que você tem alimentado o seu cérebro?
Do que você tem alimentado o seu espírito?
Nós somos fruto de tudo isto. E finalmente:
Por que você odeia tanto a natureza? E se odeia a recíproca é verdadeira.

domingo, 23 de maio de 2010

Desenvolvimento, Política e Religião.

O homem precisa retornar para o centro da proposta do desenvolvimento. Hoje, esta posição é ocupada pela economia e conseqüentemente o dinheiro.
O desenvolvimento sustentável tão presente nas propagandas de TV, capas de revistas e discursos dos políticos, se tornou vício de linguagem.
As empresas transformaram a ecologia em apenas mais uma estratégia para acumular seus lucros e melhorar sua imagem com o público. Os programas de gestão de qualidade (Série ISO 14000), nada mais são que um amontoado de procedimentos, princípios e missão, cujo fim pretendido é a maximização dos lucros.
Este império da ambigüidade também reina na política. O Ministério do Meio Ambiente tem um papel “marginal” em comparação a outros ministérios dentro do governo federal. Infelizmente ser ministro do meio ambiente, ou exercer qualquer outro cargo relacionado a esta pasta nas estruturas de todos os tipos de governo, é ser figura folclórica, como Mula Sem Cabeça e Saci-Pererê.
No combate a este império da ambigüidade, a igreja católica no lema da campanha da fraternidade 2010, expõe sua preocupação, buscando a salvação das almas e também do planeta.
Deus, assim como o meio ambiente a muito está numa posição “marginal” na vida e realidade dos homens e governos. Hoje, o bezerro de ouro chama-se MERCADO. Este, tão poderoso nas estruturas da sociedade, destrói o planeta e arrebata as almas. Sua filha amada a MODA, dilacera lares e ceifa cada dia mais o pensamento de homens e mulheres. Enquanto isto, JESUS, o filho de DEUS, representado na face de milhões de anônimos, diariamente retira a seu salário das latrinas do desenvolvimento. O famigerado lixão; sobrevivendo de restos.
Este cenário só terá fim, o dia que o homem e não o dinheiro for o objetivo principal do desenvolvimento e Deus retomar o lugar do dinheiro nos nossos corações e vidas.

CAMPANHA DA FRETERNIDADE DE 2010
Tema: Economia e Vida Lema:”Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro”. (MT 6,24 c)