A região onde está localizado o município de Tarumirim até meados dos anos de 1920, era local de terras férteis, clima ameno e úmido. Existia um rural selvagem e começava-se a instalar o rural bucólico, com casinhas de sapé e paredes de tijolos de burro, hoje ainda cantado em modas sertanejas e existente na imaginação de muitos que ainda dormem.
Doenças existiam e pobreza também, mas esta era menor, porque não existia muito para se comprar e acima de tudo havia também amizade verdadeira de quem dependia muito de seu vizinho. Este sentimento era alimentado quase todas as tardes, quando muitos se reuniam nas portas das casas e nas vendinhas. As comadres com seus terços, linhas e crendices e os compadres armados dos seus causos, inspirados daquilo que se passava na lida do seu dia a dia.
Tudo isto ficou esquecido, em um passado que embora não muito longe se tornou muito distante e apagado. A representação do sentimento e dinâmica do que hoje existe, assim como no passado reflete bem as paisagens naturais que se tem.
As novelas transmitidas pela TV calaram as conversas e hoje o que se ouve é um monologo de uma cultura importada e vazia que doutrina os corações das donas de casa e não só. As comadres se extinguiram, no lugar restou uma relação de compadrio vazia, que muitas das vezes se estabelece e termina entre a porta de entrada e saída da igreja.
Os homens também já não contam causos, discutem mesmo é sobre emoções que não são suas, de fatos principalmente de política partidária e de futebol. Tudo isto, sempre embalado ao som de canções como, “beber cair e levantar”. Os filhos já não se deitam as nove, pelo contrário saem as dez, entoando mantras violentos e sacudindo com o “rebolation”.
“O ser humano transforma o meio em que vive, mas sofre as transformações deste mesmo meio que adulterou”!.
As origens das doenças, da infelicidade, da depressão, do sentimento que vivemos hoje de fim de festa, é conseqüência do caus ambiental que aqui se instalou.
A mensagem positiva, é que ainda existe tempo para o resgate!
Deus, o senhor da história, nós da sempre a oportunidade de reparar os nossos erros. O primeiro passo é reconhecer que pecamos contra ele, pecando contra suas obras. O seguinte é quem sabe, através de gestos simples como ser mais amigo, separar o lixo, consumir menos coisas, plantar mais árvores, novamente voltar a ter a esperança de reconstruir um futuro melhor. Porque do jeito que está, não só nosso município e região, mas nos mesmos caminhamos a passos largos para a extinção.
Meu tio me conta que qdo eles vieram de Muriaé, "a mata" era um lugar fértil e com terras mais baratas... era um lugar promissor...
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