segunda-feira, 17 de maio de 2010

ATENÇÃO! CUIDADO! CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO NÃO SÃO SINÔNIMOS

A crise ambiental é resultado principalmente do esgotamento do processo civilizatório chamado desenvolvimento. Este, impulsionado pelos Estados Unidos da América no contexto da guerra fria tinha suas bases assentadas na industrialização, crescimento econômico e progresso. Os principais mecanismos de verificação de seu sucesso eram o Produto Interno Bruto (PIB) e de bem estar a Renda Per Capita. A cartilha do crescimento embora pensada para os paises sob influência dos EUA, também foi seguida por outros países de diferentes ideologias econômicas, mas, ao final chegaram-se aos mesmos resultados de degradação de ecossistemas e qualidade de vida verificada nos países capitalistas. Tal observação comprova que a crise ambiental e a necessidade de transformação ou até mesmo o fim do modelo de pensar o mundo inaugurado na revolução industrial, não sofre interferência da ideologia política (FILHO, 2002. in QUINTAS, 2002).
A busca do ideal capitalista: o lucro incessante. Aliada á desconsideração da natureza como fonte finita de insumos e a terra como sistema vivo, fez surgir à estratégia do Desenvolvimento. Sustentável. Este, aparece primeiramente no cenário internacional na década de 1970 como reação da economia à uma possível imposição de limites á sua expansão (LEFF, ibid).
Nesse momento vivido pela história, iniciado por discussões ao longo da década de 1970, era preciso dar respostas à crise de paradigmas que se instalava. Pensando nisto, a ONU em 1983 constituiu a Comissão Mundial sobre e Desenvolvimento e Meio Ambiente, presidida pela então primeira ministra da Noruega, Gro Harlem - Brundtland. O resultado do trabalho de quatro anos foi um relatório denominado “Nosso Futuro Comum”. Nele se conseguiu cunhar uma definição para o termo Desenvolvimento Sustentável. Segundo a qual, este é: “Desenvolvimento que atende as necessidades do presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras atenderem às suas próprias”.
Dentro deste raciocino, BURZTYN, (1993) pondera que, o desenvolvimento sustentável funciona como uma estratégia para se tentar reconciliar duas ciências próximas em seus objetivos, mas, que se distanciam de maneira notável: Economia e Ecologia. Este conceito de Desenvolvimento Sustentável apresentado pelo relatório Brundtland, amplamente divulgado ao ponto da vulgarização, abarca em seu sentido, a ambivalência do sustentável. Sustentável, enquanto perpetuação no tempo da condição ecológica atual na economia. E sustentado, enquanto perpetuação no tempo do crescimento econômico (LEFF, ibid).
LEFF (ibid) entende o desenvolvimento sustentável, como filho de uma lógica economicamente engendrada para que o sistema econômico não entrasse em crise. Sendo assim este se configura uma estratégia do ecodesenvolvimento, cunhado e preso na teoria de sistemas.
O ecodesenvolvolvimento, conceito formulado por Maurice Strong no inicio da década de 1970, resolveria a questão ambiental, dissolvendo as externalidades e planificando o ambiente que desapareceria (LEFF, ibid). Seguindo esta lógica, os atuais mecanismos de mercado de busca do desenvolvimento sustentável, como os de desenvolvimento limpo, e seqüestro de carbono que foram defendidos no anteriormente referido Protocolo de Kyoto, servem mais ao termo sustentado. Este parte importante no ideário neoliberal.
A definição do desenvolvimento sustentável engendrada dentro de uma visão neoliberal do mundo entende que os mecanismos de mercado resolveriam as distorções sociais e ambientais. Dentro desta lógica, o problema da degradação está na indefinição de valores e no conflito de como fixar um preço e de quem de direito administra o processo (LEFF, ibid).
SACHS (ibid) acrescenta na definição de desenvolvimento sustentável além dos pilares ambiental, social e econômico, ó pilar político e territorial, sendo estes assim definidos:
SOCIAL
AMBIENTAL
TERRITORIAL
ECONÖMICO
POLÍTICO
Portanto, diante do exposto pode-se concluir que a definição para Desenvolvimento sustentável é um termo em formação. Embora possua alguns consensos em sua definição e também de como alcançá-lo, este, ainda parece carecer de uma nova ética. Ética, nascida principalmente com forca suficiente para suplantar ou equivaler-se à ainda predominante, ligado umbilicalmente na procura incessante da mais valia e que não considera de direito fundamental a existência de outras formas de vida que não a humana.

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